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Você sabe o que é o Setembro Amarelo?

Setembro é o mês dedicado a prevenção ao suicídio, campanha organizada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM) é focada em orientar acerca desse tema.


Foto: Divulgação



Segundo dados de 2012 da Organização Pan-Americana de Saúde/Organização Mundial da Saúde - OPAS/OMS, mais de 800 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos no mundo, uma morte a cada 40 segundos. Esse dado é triste e alarmante, e deve ter um aumento em função da pandemia de covid-19 e do isolamento social. Quase 97% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais, como a depressão, transtorno bipolar e abuso de substâncias.


Estudos indicam ainda que cada caso de suicídio impacta seriamente a vida de outras seis pessoas, considerando familiares e pessoas próximas, o que eleva esse número para mais de 1 milhão de pessoas afetadas, número ainda maior se consideradas as tentativas de suicídio, cerca de uma a cada 3 segundos. Pessoas próximas acabam por sentir culpa, raiva e luto, sentimentos que são comuns em relação ao ente querido e que devem ser aceitos como naturais.


Foto: Pexels - Alex Green



No Brasil, a cada dia, 32 pessoas cometem suicídio, o país é o 8º no mundo devido a sua grande população. Mas esse é um dado muito triste, visto que esse número deve ter aumentado de 2012 para cá. É preciso uma tenção aqueles que tentaram cometer o suicídio, pessoas que tentaram cometer o suicídio precisam de atenção especial por serem grupo de alto risco de tentarem novamente.


Nesse cenário a campanha idealizada em 2014 busca conscientizar e informar acerca do tema acabando com a desinformação, falando sobre como identificar e ajudar as pessoas nessa situação, além de abrir canais para aqueles que estão passando por problemas emocionais. Existe esperança e auxílio a quem precisa.



MAS O QUE LEVA UMA PESSOA A COMETER O SUICÍDIO?

O suicídio está associado a vários fatores de risco, incluindo socioculturais, genéticos, filosófico existenciais e ambientais. A existência de um transtorno mental é considerada um importante fator de risco para o suicídio, mas não determinante, uma vez que nem todas as pessoas que tenham doenças mentais irão cometer o suicídio.


Pacientes com múltiplas comorbidades psiquiátricas têm um risco aumentado, ou seja: quanto mais diagnósticos, maior é a vulnerabilidade. Existem ainda fatores desencadeantes, como desesperança, impulsividade, isolamento social e falta de um sentido na vida.


Foto: Wix Gallery



O QUE FAZER SE IDENTIFICAR ALGUÉM NA FAMÍLIA OU SE ESTIVER SOFRENDO?

É possível vencer a depressão, a ansiedade e prevenir o suicídio. Segundo o Dr. Mauro Aranha, psiquiatra e coordenador do departamento jurídico do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), na grande maioria dos casos é possível identificar uma progressão que conduz uma pessoa desde a ideação (o pensar no ato) até a efetivação do suicídio.


Segundo o especialista, em um primeiro momento, não existe a ideia de se matar, mas sim um pensamento vago de que seria melhor morrer; depois, vem a ideação (o pensamento de se matar para aliviar seu sofrimento), seguida de pesquisas sobre como fazer isso; em muitos casos, a pessoa informa seus entes próximos e, por fim executa o ato. Ele afirma que é possível interromper esse processo com orientações e tratamento médico e psicológico.


Os familiares podem e devem falar sobre o assunto e tentar avaliar em que momento o paciente pode estar. “Perguntar sobre o desejo de morrer não é indutor de suicídio. Muito pelo contrário, pois quando você dá oportunidade para a pessoa falar, ela conta com uma referência de acolhimento e auxílio que não tinha antes”, conclui o médico.


Foto: Wix Gallery



Um exemplo de algo que pode ajudar nos momentos de crise suicida é o CVV (Centro de Valorização da Vida). Os telefones não possuem bina e os atendentes (todos voluntários) nunca irão perguntar o nome da pessoa, realizam apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas por dia todos os dias da semana.


O CVV não trabalha com aconselhamento, não dá opiniões, tampouco faz qualquer espécie de julgamento. “Por trás de uma ligação sempre existe um sofrimento muito grande. Perdas, separações, solidão, gente que liga só para conversar. A pessoa liga desesperada, mas depois que coloca tudo para fora se sente melhor. A gente não se envolve, só damos a oportunidade do outro falar. E muitas vezes verbalizando ele consegue compreender melhor o que está acontecendo”, diz Carlos Correia, de 63 anos e voluntário há 24 anos.


Para quem está sofrendo crises suicidas procurar ajuda é o primeiro passo para vencer e acolher quem está sofrendo é um grande passo de todos nós para prevenir o suicídio. O Setembro Amarelo busca exatamente conscientizar sobre o tema para que possamos vencer essa triste estatística.


Saiba mais na página oficial da campanha aqui, leia a cartilha Suicídio - Informando para Prevenir e se engaje nessa causa.






1 Comment


Rafael de Souza Aragão
Rafael de Souza Aragão
Oct 04, 2021

Excelente matéria para um tema muito importante.

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